Conte um pouco sobre a sua carreira pra gente.
Eu tenho esse projeto para o público infantil já há 20 anos. Dei aula para crianças durante muito tempo, de teatro e de arte. Depois veio o convite para fazer o "Art Attack", do Disney Channel, onde fiquei 12 anos. Daí teve o programa Click, no Gloob.
Além disso, já fazia as oficinas Click em vários lugares, como centros culturais, shoppings etc. Em vinte anos, mais de 10 mil crianças passaram pelas Click Oficinas!
E você lançou um livro, não é?
Isso mesmo!
Em 2018 lancei o "Livro de Fazer Ideias", com 20 atividades que a gente selecionou.
Aí chega a peça de teatro, né? Esta peça, o Teatro de Ideias, vem como um resultado desse trabalho todo. Eu sou ator e a minha casa é o teatro, eu me formei no teatro. Então, nada mais natural que eu quisesse levar este projeto também para o palco.
Já faz tempo que tinha essa ideia, vários formatos foram pensados, mas agora consegui realizar.
Onde você nasceu?
Nasci em São Paulo, na capital. Sou paulistano.
E a sua infância, como foi? Cheia de invenções?
Minha infância foi bem legal e diferente da maioria dos amigos da mesma idade. Como eu morei numa vila fechada, em Pinheiros, minha infância foi de brincar na rua. As nossas brincadeiras eram pega-pega, futebol, queimada, skate, bicicleta, subir no muro, subir em árvore...
E tem muita coisa desse tempo que usei nas oficinas, no livro até. Essa liberdade era um espaço fértil para a criatividade acontecer.
O que você inventava?
Eu me lembro da gente criar um clubinho e desenhar as camisetas. De fazer aviãozinho de madeira bem fininha, carrinho de rolimã... Porque, além de tudo, meu pai e meu avô tinham uma marcenaria em casa e isso ajudava muito.
Até rampa pras bicicletas a gente construiu. Eu falo "a gente" porque era uma turma. E eu gosto de relacionar a criatividade com esse jogo coletivo, a união das pessoas para criar.
Claro que tem uma parte individual na criação, e até solitária. Mas, pra mim, isso de criar em conjunto é muito legal.
Qual é a mensagem da peça "Teatro de Ideias"?
Na parte da história, a gente fala de fazer o bem ao próximo. Eu não posso contar muito, mas tem um personagem que está passando por um momento ruim e então decidimos fazer algo bom pra ele, pra que ele fique feliz.
Além disso, eu e minha equipe pensamos na questão do mundo virtual e do mundo real, em que a gente põe a mão na massa e constrói alguma coisa.
Todo o nosso trabalho tem muito a ver com você se conectar com sua essência verdadeira e conseguir expressá-la de uma maneira concreta no mundo.
Você acha que os adultos também vão gostar da peça?
Eu acho que é um espetáculo pra todo mundo assistir: gente de 2 a 80 anos.
As pessoas vão se mobilizar e se envolver para resolver um problema que aparece com um personagem da história.
Você se diverte com seu trabalho?
Sim! Muito.
Cada vez mais percebo o quanto sou uma pessoa afortunada e sortuda por ter seguido o meu coração e fazer o que gosto.
Às vezes adolescentes me perguntam sobre carreira, profissão. E eu digo que eles precisam se perguntar:
"Quais são as minhas questões essenciais?
O que eu quero trazer pro mundo?"
É emocionante estrear sua peça?
Demais! Faz cinco anos que estamos pensando e repensando esta peça. Ontem, montando o cenário, eu parei, olhei... e me emocionei. Quando a gente vê que uma ideia assim está virando realidade é um prazer imenso.
Será que você ajudou gente a descobrir seu talento?
As pessoas vêm falar comigo com um carinho muito grande. Teve uma geração toda de gente que viu meus programas e hoje já tem filhos, que encontro por aí. E isso é muito emocionante.
Algumas dizem que escolheram a profissão por causa do programa ou das oficinas. Foram pra área de design ou de criação em publicidade, por exemplo. E encontro muita gente que foi para a área de teatro porque dei muita aula de teatro também. Enfim, fico superfeliz e honrado por ter ajudado alguém a encontrar seu caminho.
Sua casa é cheia de obras e invenções?
Acho que minha casa sou eu.
A casa da gente reflete muito o que somos no mundo. A minha tem algumas obras de arte, materiais artísticos e invenções que eu faço por aí. Sim, acho que ela tem a minha cara.
Algum recado para os leitores do Divertudo?
Bom, vamos lembrar daquelas três palavrinhas da questão ambiental: reduzir, reciclar, e reutilizar. Elas estão sempre no meu trabalho e no meu pensamento.
E de criar, claro. A criatividade é a base do nosso projeto. Com ela descobrimos como reutilizar o que sobra. Não só na arte. Cada vez mais todos nós precisamos pensar nisso.
A peça "Teatro de Ideias" estreia no sábado (1 de fevereiro de 2020), no Teatro Alfa, em São Paulo.
Quando: de 1 de fevereiro a 29 de março
Sábados e Domingos, às 16h
Inteira: R$40,00
Meia: R$20,00
Teatro Alfa: Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722
www.teatroalfa.com.br
Obs.: Não haverá exibição nos dias 22 e 23 de fevereiro
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