ENTREVISTA

Vanessa Dualib "Sempre via estas carinhas
e rostinhos nas
frutas e legumes..."


(Vanessa Dualib)
Como você virou uma fotógrafa?
Acho que aconteceu de maneira bem natural... sempre fui apaixonada por fotografia. De certa forma já enquadrava mentalmente tudo que via desde pequena. Fotografia foi meu hobby por muitos anos e depois que eu me formei na faculdade já estava meio que trabalhando com isso de maneira informal. Foi aí que percebi que nada me fazia mais feliz do que ter uma câmera nas mãos. Já era hobby, tinha se tornado uma terapia, então, por que não podia se tornar a minha profissão também, né?
De onde surgiu a ideia do livro "Brincando com a Comida"?
Ver o livro na livraria A ideia surgiu bem antes do livro. Sem pretensão alguma. Um belo dia resolvi juntar as três coisas que mais amo na minha vida (fotografia, comida e humor) e o resultado foi esse. Sempre via essas carinhas e rostinhos nas frutas e legumes e mesmo sabendo que outros fotógrafos já tinham feito coisas parecidas antes (desde as pinturas de Giuseppe Archimboldo até as ilustrações de Kevin van Aelst, passando pelo humor negro de Terry Border, o infantil de Saxton Freymann, o criativo de Balla Tamás e a visão épica de Carl Warner...), eu também tinha algo a acrescentar nesse mundo de vegetais antropomórficos.
Uma vez alguém me perguntou: "Mas você considera isso que você faz fotografia ou arte?" Eu respondi que considero isso que eu faço algo divertido. E para mim isso já basta. Só espero que as pessoas curtam ver as imagens tanto quando eu curto ao criá-las.
Já existe um livro com este nome fora do Brasil, não é?
Tem, sim. Na verdade é uma série de livros. Chamada "Play with Your Food" (“Brinque com Sua Comida”), do Saxton Freymann e Joost Elffers. Mas a proposta deles é um pouquinho diferente da minha. A deles é um livro voltado totalmente para o público infantil. Já a minha proposta é para todos aqueles que são ou ainda têm algo da pureza infantil dentro deles.

  


Qual das fotos (bichinhos) do livro foi a primeira?
Na verdade as primeiras fotos do livro não estão no projeto. Um belo dia, depois de uma noite em que eu tinha recebido uma má notícia, acordei e fui tomar meu café da manhã... lá acabei criando esse carinha (foto ao lado) e quando publiquei a imagem no Flickr dei o título de 'Um Happy Meal de verdade"... e acrescentei "...porque se sua vida se nega a sorrir para você, o seu café da manhã não se nega nunca!" (acho que essa seria, mais ou menos, a tradução em inglês "...because if life doesn't smile at you, your breakfast will!)."
Algum bichinho não deu certo?
Até hoje ainda não. Acho que quando as ideias vêm é porque o formato ou algum aspecto da criação já está bastante 'maduro' (ha-ha... trocadilho! Meus amigos já não aguentam mais escutar piadinhas desse tipo... rs) antes que eu dê início à criação. Não é que eu crie do nada, sabe? Eu só mostro para os outros aquilo que ele sempre foi! rs A gente aceita desde muito cedo que, sei lá... de repente uma batata é só uma batata e ponto. Aquilo só pertence às refeições e nada mais. Mas sei lá, há muitas possibilidades em objetos comuns e explorar a nossa própria criatividade em busca dessas possibilidades pode ser uma jornada bem divertida. Vire e mexe eu volto de algum hortifrúti e comento com algum amigo ou membro da família "Poxa, dei de cara com um castor lá perto das batatas..." rs Eles olham, balançam a cabeça e dão risada. Mas, pô, eu vi mesmo!
Você se diverte muito com o seu trabalho?
É divertido. Muito divertido. E, para o meu espanto, aparentemente as pessoas também curtem bastante. É também um desafio contínuo... explorar as possibilidades, me reinventar como artista, como fotógrafa, como ilustradora... e tornar real aquilo que de repente só eu consigo ver mentalmente. A diversão é a base de tudo que eu faço. E o meu trabalho só existe para que eu, de repente, possa passar um pouquinho de alegria para todas as pessoas que olham o meu trabalho. A gente já tem muita coisa ruim acontecendo por aí. O meu trabalho é um refúgio para mim de todas as coisas ruins e chatas da vida. E de certa forma, todas as pessoas que veem minhas imagens são as minhas convidadas de honra nesse meu mundinho de animais e criaturinhas antropomórficas que são (geralmente...) muito simpáticas e fofas!
Que outros produtos você imagina fazer com estas fotos?
Calendários, camisetas, cadernos...? Já pensou nisso?
Já, sim. Só que confesso que na parte comercial eu sou péssima! rs Mas estou disponível para propostas! rs Afinal de contas, eu tenho muitas boquinhas antropomórficas para sustentar aqui em casa.... só o Eggbert me dá uma despesa imensa com todas as suas exigências de ovo pop-star egomaníaco. rs
Que dica você daria pros nossos leitores tirarem fotos mais legais?
Tirem suas fotos com carinho. Sempre. Fotografar é um ato de amor por aquilo que vemos em nosso visor. É a sua visão. E é uma das poucas maneiras disponíveis de tornar algo que vemos ou vivemos atemporal. Isso é muito poderoso. Saiba disso. E se divirta! A câmera é sua amiga. Explorar todas as possibilidades dela é uma jornada incrível que pode, até mesmo, mudar a sua vida. (...como mudou a minha.)
Obrigada pelo carinho. Beijos a todos! :)

Junho de 2011


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