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| Viagens de Toninho
Liliana Akstein |
Deixe-me contar uma coisa sobre o Toninho: prestar atenção não era seu forte. Ele estava sempre “viajando”. Explico melhor! Aula de Português: a professora tentando encontrar o sujeito oculto e o Toninho era o famoso detetive “Toninho Holmes”, querendo desvendar o mistério da bicicleta perdida do rei Atanásio, de um reino bem distante, no fim do mundo. Hora do almoço. Um belo prato de macarronada à sua frente e Toninho estava experimentando um patê de foie gras, seja lá o que for isto, bem acomodado em uma calçada de Paris, com a torre Eiffel bem pertinho, ao seu lado. Até no banho Toninho viajava. Mal abria o chuveiro e já estava surfando ondas gigantes no Havaí. Que adrenalina! Toninho no ônibus, a caminho da escola? Ele estava era na Lua, com roupa de astronauta e tudo. Flutuando no espaço. Vendo a Terra, bem longe, bem pequeninha. ![]() Agora você me pergunta: qual o problema de tanta imaginação? As notas de Toninho, às vezes, eram muito baixas e ele passava de ano raspando. Não comia direito, quase desmaiava, que perigo! Banho mal tomado não era muito bom pra saúde - ou para narizes alheios. Estava sempre perdendo o ponto do ônibus e chegando atrasado na escola. Seus pais se preocupavam, não sabiam o que fazer. Até terapia Toninho fez, mas o terapeuta não deu conta de tanta imaginação. O tio Mauro, muito querido, acompanhando toda a situação, deu uma sugestão aos pais: caderno e caneta! Simples assim. Um tanto desconfiados, os pais aceitaram o conselho.
Todo dia, ao chegar da escola, Toninho pegava o caderno e a caneta e escrevia! Viajava em cada página. Numa, era um pirata andando na prancha em um navio fantasma. Em outra, enfrentava tempestades de vento, sobre um camelo, em algum deserto das Arábias. Virava a página e olha o Toninho inventando uma vacina que curava todas as doenças conhecidas - e desconhecidas.
E assim Toninho começou a prestar mais atenção às aulas, não se atrasou mais, estava sempre limpinho e cheiroso. Enfim, o caderno e a caneta foram um ótimo remédio. Mas pensa que a história acabou aí? Isso tudo aconteceu há muitos anos. Hoje, o Toninho é escritor. Escreve livros infantis. Não é famoso nem milionário, mas é respeitado, adora o que faz e vive de seu trabalho. E o melhor: ele continua viajando. Agora sim, fim!
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