![]() |
| Uma
história do Saci-Pererê que ninguém te contou
Evelyn Heine |
| Todo o pessoal da floresta tem bronca do Saci. É que ele vive aprontando com os outros, como a gente sabe. É levado mesmo. | |
| Um dia deu
um nó no rabo da onça.
Outro dia passou batom vermelho na bocona do jacaré. E pra tirar foi um sufoco danado! Só dava aquela bocarra vermelha, com tanto dente branco dentro. |
![]() |
| Na
mesma semana, o danado do Saci passou cola num galho de árvore e
uma coruja ficou lá grudada!
Parece que ele já acordava com uma idéia de aprontar na cabeça. |
|
| Mas, um belo dia, chegou a hora do troco. |
| O Saci-Pererê
recebeu uma carta. Era um convite para ser entrevistado no programa do
Jô Soares, em São Paulo.
Ele ficou todo orgulhoso, claro! Seria o representante do folclore brasileiro, falando para o País inteiro, via satélite. |
![]() |
Então,
ele pensou em colocar uma roupa bem bonita e também um sapato chique,
de verniz preto. Até comprou um gorro vermelho novo. |
No grande dia, ele se vestiu, passou perfume... Mas aí chegou a hora de colocar o sapato! Não tinha jeito. |
| Todo
mundo coloca o sapato ficando em pé na outra perna.
Mas o Saci só tem uma perna, ora! |
|
| Daí,
pediu ajuda para a onça. Ela, é claro, deu a maior gargalhada!
– Agora você vai ver que onça é pior que amigo da onça, seu bobão! – disse a pintada. |
Então
o Saci foi pedir uma mãozinha para o jacaré.
– Quiá, quiá, quiá! – riu o bicho com seu bocão cheio de dentes. – Se depender de mim, você vai descalço mesmo! |
E o Saci tentou de novo: – Ô dona Coruja, me ajuda a calçar este sapato, vai! É só unzinho. A coruja pensou e respondeu que só ia ajudar se o Saci prometesse não aprontar mais com ninguém. |
|
| Ele já estava ficando atrasado pra sair. Desse jeito ia atrasar mais ainda o programa que já é atrasado sempre! | Olha aqui, dona Coruja, eu vou dizer uma coisa pra senhora. Se eu ficar bonzinho e comportado, ninguém vai me reconhecer. A senhora vai acabar com o folclore, sabia? |
| E
era verdade. Saci-Pererê é Saci-Pererê!
Então a coruja, muito sábia, ajudou e, de sapato e cheiroso, o Saci se mandou. Mas a verdade é que, com a coruja, ele nunca mais aprontou! |
|

| FIM |
|
Leia outras histórias e poemas divertudos.
CLIQUE AQUI |
AQUI tem mais histórias e músicas do folclore brasileiro! |
Gostou? Então passe pra frente. Mande para os amigos. CLIQUE.
|
![]() |
Brincadeiras |
Ilusão? |
se faz? |
Virtuais |