Lúcia Hiratsuka

Autora de mais de 20 livros, entre eles, "Histórias Tecidas em Seda".

"Eu gostava de rabiscar no chão do quintal, rabiscava também nas paredes das tulhas, no terreiro de café."
(Lúcia Hiratsuka)

Onde você nasceu?
Nasci no sítio Asahi, município de Duartina, SP.

O que mais te encantava em sua cidade?
O entardecer e o anoitecer eram mágicos. Aprendi a cantar a cantiga do entardecer e brincava de encontrar as primeiras estrelas, junto com minhas irmãs. Era um lugar que não tinha luz elétrica.

Como você teve a ideia de escrever o livro "Histórias Tecidas em Seda"?
São histórias que fizeram parte da minha infância. Primeiro, publiquei as lendas separadamente, entre 1993 a 1996. Depois eu juntei essas 3 histórias num único livro, com novo visual e novo texto.

Você ouvia muitas histórias quando era criança?
Sim, minha avó era uma ótima contadora de histórias. Conhecia muitos contos populares e contava também sobre a lembrança dela quando criança. Com isso pude construir o livro Orie.

Como era sua infância? O que gostava de fazer?
Eu gostava de rabiscar no chão do quintal, rabiscava também nas paredes das tulhas, no terreiro de café. E gostava de brincar, subindo em árvores, inventando brinquedos com barros, sementes, latinhas...

E a arte? Como virou a sua profissão?
Como continuei gostando de desenhar, vim para São Paulo estudar. Depois da Faculdade de Belas Artes, descobri a literatura infantojuvenil e os livros ilustrados.

Quais livros (ou autores) marcaram a sua infância?
Eu lia os livros em japonês, lembro que chegavam revistas trazendo clássicos universais adaptados, contos em capítulos, histórias em quadrinhos, romances da minha mãe etc. E creio que li autores que se inspiraram em Kenji Miyazawa, um autor que faleceu muito cedo, mas criou um universo próprio. Depois que me mudei para a cidade, aos 10 anos, cheguei a comprar alguns livros da série Vaga-lume.

Que outros livros você escreveu?
Tenho mais ou menos 25 livros que escrevi e ilustrei. Entre eles, Urashima Taro (Global), Lin e o outro lado do Bambuzal (SM), Os livros de Sayuri (SM), A visita (DCL), Corrida dos Caracóis (Global), Orie (Zahar), O caminhão (Cortez), Chão de Peixes (Zahar), Histórias guardadas pelo rio (SM), A máquina de Retrato (Moderna), entre outros.

Quando prepara um livro, você faz primeiro os desenhos ou os textos?
Em geral escrevo o texto, ou o que chamo de texto roteiro. Mas tem hora que começo a rabiscar para tentar capturar a personagem, o ambiente, na verdade não há uma separação tão clara. Cada livro é um processo.

Que elogios, prêmios ou mensagens emocionaram você?
Recebi vários prêmios como o da Biblioteca Nacional, FNLIJ, e os Jabutis em duas categorias. Os prêmios são incentivos e trazem alegria, mas não é o objetivo principal. O que mais me deixa feliz é poder trabalhar com histórias, desenhos, e livros. Saber que muitos leitores se emocionam com as minhas histórias, isso me deixa imensamente grata. Tenho vivenciado bons encontros.

Gostaria de divulgar algum projeto ou trabalho para nossos leitores?
Estou preparando um novo site para que os leitores possam visualizar melhor o meu trabalho. Enquanto o site não fica pronto, podem acessar a minha página no Instagram onde costumo postar livros, desenhos, fotos etc: @lucia.hiratsuka

No vídeo abaixo, Evelyn Heine narra um dos contos do livro "Histórias Tecidas em Seda".

Fevereiro de 2021



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