Ana Monteiro

Autora do livro "A Floresta que ninguém via"

"Percebi que eu queria o contato com a natureza, paz. Consegui entender isso depois que escrevi o livro."
(Ana Monteiro)

Desde quando você é escritora?
Eu escrevo há muito tempo. Desde os 14 anos meu sonho é ser escritora. Eu não queria nem ir à escola para poder ficar escrevendo e lendo. Aos 14 anos fiz um livro e outro com 18. Mas não consegui publicá-los, então deixei de lado. Quando meu filho nasceu, eu voltei a escrever.

Como surgiu a ideia para “A Floresta que ninguém via”?
Foi quando eu estava na Itália, pouco antes do início da pandemia. Um dia, meu filho não conseguia dormir, então fui caminhar com ele no colo lá fora. Ele disse: “Esta é uma floresta que ninguém vê.” Eu guardei isso dentro de mim. Depois, num período difícil que passamos, procurando casa para morar, vários processos, eu pensei: Agora a saída é sentar e escrever. Eu comecei, então veio o lockdown (a quarentena), voltamos para o Brasil e terminei aqui.

Você estava longe da família lá?
Estava. O Tori tinha muita saudade da avó, que mora em São Paulo. E eu também, lidando com a minha saudade, meus pensamentos. Passei muito tempo me perguntando o que eu queria. Então percebi que eu queria o contato com a natureza, paz. Consegui entender isso depois que escrevi o livro.

A saudade é um dos temas do livro?
Sim. Na verdade, a saudade do Tori da avó mexeu com as minhas saudades também. E são muitas. Eu sempre me mudei muito desde pequena. Depois de grande eu também continuei viajando, me mudando. Foi a saudade sentida pelo meu filho que me fez pensar nas minhas e organizar isso tudo dentro de mim. Engraçado que meu pai leu o livro e disse: “Parece a sua história.”

Por quê?
Quando meus pais se separaram eu também fiquei longe da minha avó. Ela sempre me diz que foi a pior coisa que aconteceu na vida dela. Eu tinha uns três anos.

E as ilustrações?
Quando acabei o texto, comecei a fazer os desenhos. Daí, eu só tinha papel craft aqui em casa. (Craft: papel marrom usado para embalagens). Eu gosto muito de um livro que o Tori tem que é feito desse papel. Então, como não tinha papel para aquarela, resolvi usá-lo. E fiz com nanquim (tinta preta), que gosto muito também. Nele usei praticamente só nanquim (tinta preta) e guache.

As cores são bonitas. Como você escolheu esta combinação?
Esse azul índigo mexe muito comigo. Quando descobri essa cor de nanquim, chamada “blue black”, eu queria pintar tudo só com ela (risos). Então usei bastante no livro.  E também branco, combinando isso com a própria cor do papel, que é marrom.

Como você aprendeu a pintar?
Eu estudei aquarela com o artista Michinori Inagaki. Na verdade, sou formada em Pedagogia. Fui professora em uma escola Waldorf comunitária na Bahia.

Foi fácil publicar o livro?
Nem um pouco. Quando terminei, deixei guardado, depois de tantos “nãos” de editoras para os livros anteriores. Eu pensei: “Deixa, valeu pela aprendizagem.” Mas aí resolvi tentar, mandei para várias editoras, algumas nem responderam, outras disseram que era um ano difícil, sem feiras etc. Até que uma amiga me recomendou a Skoobooks, que ajuda no nascimento de novos livros. Então “A Floresta que Ninguém Via” realmente aconteceu. Foi um passo muito importante pra mim.

Como podemos comprar o livro?
No site da Skoobooks.
A cada livro vendido, uma parte será doada para a escola Waldorf da Bahia, Jardim do Cajueiro, onde fui professora. É um lindo projeto.

Livro
A Floresta que Ninguém Via
Texto e ilustrações de Ana Monteiro
Projeto gráfico de Veronica Onuki
Onde comprar: Skoobooks

No vídeo abaixo, Evelyn Heine conta um pouco da história de "A floresta que ninguém via".

Fevereiro de 2021



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