Entrevista com Jean Galvão

Autor e ilustrador dos livros “Sombrinhas” e “Incrível Eu”

"Observar é o segredo de criar. Eu sempre observei cartunistas mestres, como o Ziraldo, o francês Sempé,
J. Carlos, Laerte e tantos outros...”

(Jean Galvão)

Quando você decidiu ser um desenhista?
Eu era tão novo que nem lembro! Sempre quis ser desenhista, nunca quis ter outra profissão. Só sei que desenhava em todo cantinho que aparecesse. No papel do pão, no canto do caderno da escola, na rua de asfalto, com tijolo... 

Como teve a ideia de escrever o livro “Sombrinhas”?
Eu acho as brincadeiras com sombras fascinantes. Poder fazer formas e bichos só usando as mãos e uma fonte de luz de uma lanterna. Então imaginei o que poderia acontecer se a lanterna parasse de funcionar.

Este foi seu primeiro livro infantil?
Como autor, sim, ou seja, em que eu tenha inventado e desenhado as histórias. Mas já ilustrei livros infantis de outros autores e foi muito divertido.

E o seu outro livro, o “Incrível Eu”? Do que ele fala?
Ele fala das partes do corpo humano em versinhos. E de como as coisas que fazemos (como brincar, por exemplo), só são possíveis porque somos incríveis.

Quantos personagens você já inventou?
Ah, vários. Alguns fiz por muito tempo, outros por pouco tempo. Como o cachorro Tuneba, que vive muita coisa e nunca latiu.

E quantos livros de outros autores você já ilustrou?
Uns 10, eu acho. Um que gosto muito é ”Comigo não, Camaleão!”. De Evelyn Heine!

Conte um pouco da sua carreira pra gente. Foi difícil começar?
Todo começo é difícil. A gente desenha e já quer publicar em algum lugar. Mas na primeira não dá, temos que treinar bastante e nunca parar de aprender.

Verdade que você fez muitos desenhos para a revista “Recreio”?
Muitos, muitos mesmo. Eu ilustrava mais de uma matéria toda semana, de todo tipo: curiosidades, enigmas, ciências... e ainda fazia a tirinha de humor semanal. Às vezes até capa eu desenhava.

E também para o jornal “Folha de São Paulo”?
Sim, faço charges lá, que é um tipo de desenho de humor sobre as notícias do que está acontecendo no Brasil e no mundo.

O que você gosta de fazer, além de desenhar?
Gosto de ler, assistir filmes e séries, ver a natureza e conversar.

E na sua infância? Do que você gostava de brincar?
Ah, eu brincava de bolinha de gude, rodar pneu velho de bicicleta com um arame e pega-pega.

Você tem filhos, não é? Eles inspiram você?
Tenho dois meninos, hoje com 9 e 12 anos. Eles sempre me inspiraram, sim, com suas brincadeiras e até as birras. De vez em quando até me ajudam com as ideias.

Eles desenham muito?
Desenham, mas dividem bastante com outras atividades. Mostro que o desenho é usado em tudo: no aplicativo da escola, no game que jogam, na camiseta que usam...

Qual é o seu conselho pra quem quer ser desenhista?
Desenhar todo dia, mas ao mesmo tempo se divertir e gostar do que faz. Observar arte e desenhos dos desenhistas que gosta. Mostrar seus desenhos para amigos e parentes e ter muita curiosidade sobre tudo.

Junho de 2020



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